Se você é fã de Homem-Aranha e de quebra também curte um videogame, então esse texto que preparei hoje, é para você!

Eu comecei a ler as revistinhas do cabeça de teia ainda quando criança, e por isso acompanhei várias transições nos quadrinhos, várias edições épicas, vilões sinistros e outros nem tanto. Com alguns quadrinhos eu me emocionei (Homem-Aranha: Azul) e o principal fato que remete realmente ao texto de hoje é que: eu acompanhei a criação do personagem Miles Morales e, ainda, joguei o game exclusivo da Playstation, uma DLC autônoma que propôs muito com pouco, mas falaremos disto mais tarde. A experiência em jogos tem o objetivo de vivenciar aquilo mesmo que seja dentro de um fantasy apresentando vários recursos que nos ajudam nessa imersão, Spider Man – Miles Morales segue essa lógica e traz um jogo de muita qualidade, mas antes vamos conhecer mais sobre o personagem até sua chegada aos consoles… Bora lá?!

A criação

É sempre bom nós aprendermos um pouquinho mais além das telinhas e dos videogames, não é mesmo? O background do nosso personagem é bastante interessante, por isso colocar aqui sobre seus criadores é ideal para que o contexto todo seja compreendido, e como grande fã que sou não posso deixar escapar os detalhes.

O menino Miles Morales foi criado por uma dupla, ambos quadrinistas, Sara Picelli e Brian Michael Bendis, cada um com sua jornada peculiar antes desse encontro que deu super certo.

Sara, italiana, nunca teve como meta trabalhar com quadrinhos, e em seu início de carreira como artista ela não conseguiu os empregos esperados, alguns não foram cativantes segundo o próprio relato. Porém, no ano de 2007 ela resolveu prestar um concurso para roteiristas e quadrinistas da Marvel e, quando menos esperava, conseguiu assumir parte de uma equipe, e assim fazendo seu nome chegar em 2011 na qual seu caminho se choca com Brian. (essa última parte ficou meio confusa, fazendo seu nome até chegar? Chegar em quem? Ao Brian? Ou o nome dela chega até ele ou o caminho dos dois se cruzam.)

Enquanto Brian iniciou sua jornada como freelance e ilustrador do jornal local da sua cidade, apesar do seu sonho em ser quadrinista e trabalhar com histórias feitas do próprio punho. Por diversas vezes teve seus contos negados por várias empresas, porém nunca desistiu. Vale destacar que a sua especialidade sempre foi roteiro, e após ter sido contratado por uma editora conseguiu emplacar uma de suas histórias, levando-o a e ser convidado pela Marvel e fazer parte do grupo de roteiristas. E por lá conseguiu se estabelecer com muito sucesso.

Ao se passar um ano dessa dupla desenvolver um trabalho de qualidade, eis que surge no mundo dos quadrinhos a primeira aparição do nosso menino Miles Morales. Essa aparição de um novo homem-aranha me pareceu ser algo muito aleatório e confesso ter ficado com um pé atrás e ter tido uma certa resistência, mas as ilustrações me cativaram muito e acabei me afeiçoando com essa novidade.

O surgimento do novo “miranha” aconteceu em Ultimate Fallout, na história Miles já aparece sendo homem-aranha, essa série de histórias envolve as consequências da morte de Peter Parker. A fanbase, é claro que, não aceitou muito bem toda essa inserção de um novo herói substituto, ainda mais após a morte de outro, foi algo difícil de engolir. Porém, o que surpreendeu foi a proposta dos quadrinistas, o personagem que entrou em ação tem características que são sensacionais, além da história agregar muito com pautas sociais e abordagens essenciais.

A criação Spider Man

Imagem: Unsplash

A história principal

Já ficou confuso com os diversos universos que a Marvel tem? É, eu sei o que é isso, pode parecer complexo, mas é algo feito para que não haja conflito em algumas histórias e que tenha inúmeras possibilidade de criação de histórias, pois bem, mas então de qual universo Marvel Miles pertence?

A história principal de Miles Morales se passa no universo Ultimate da Marvel, e é claro que tem todo um background por trás de seu traje. Assim como Peter, ambos foram picados por uma aranha radioativa, mas dessa vez a pegada do herói demora a surgir, o medo e insegurança que cerca o novo Homem-Aranha era nítido. A negação de seus poderes foi algo que me irritou bastante no começo, porém compreensível. Afinal, ele só queria ser mais um garoto normal seguindo sua rotina.

“Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, a frase icônica nunca fez tanto sentido. Na história, Peter Parker morre ao enfrentar o Duende Verde, e ao negligenciar seus poderes a consciência de Miles pesa, resolvendo assim se tornar o novo Homem-Aranha logo após toda a tragédia.

Perdas em histórias de super-heróis é mais comum do que se espera, assim como houve a morte do Tio Ben, responsável pela frase que representa o Homem-Aranha, Miles precisou saber lidar com alguns conflitos, claro que para um adolescente a intensidade é gigantesca, e acompanhamos isso muito bem ao desenvolver do personagem, que na qual tem sua relação com seu tio Aaron (o vilão Gatuno) bem íntima. Seu tio sendo referência para o menino, sabia sobre seu fardo e resolveu ajudá-lo nessa empreitada assumindo os treinamentos do garoto, mas como ele era vilão os planos eram que o sobrinho o ajudasse nas suas maldades, e ao perceber isso o adolescente corta relações enfrentando-o, e por uma falha no traje do Gatuno, seu tio morre.

Com as edições sendo lançadas, o desenvolvimento do personagem consegue agradar a galera aos poucos, provando seu valor passo a passo. Enquanto vários crossovers acontecem dentro do Universo Ultimate a adaptação com o personagem acaba ocorrendo de maneira espontânea.

O Aranhaverso

Em 2018 tivemos a animação nas telinhas do cinema, e foi perfeita, consigo colocar ela no meu top 3 animações. Tal filme até o Oscar ganhou, acredita? pois é, mas o quê é o Aranhaverso?

É uma adaptação da história original, onde a origem de Miles no Brooklin é contada e como foi todo o seu processo de transição para ser o novo Homem-Aranha. A animação conta com outros aranhas de diversos universos, onde juntos vão compor uma história de muita aventura e um drama de arrepiar, acompanhado de uma trilha sonora maravilhosa (cita o cantor, as músicas, dizer que são só maravilhosas não sustenta).

O filme dispôs de 140 animadores, orçamento de 90 milhões e um rendimento de 350 milhões de bilheteria, Homem-Aranha no Aranhaverso foi um sucesso!

Se ainda não assistiu, não perca mais tempo!

O jogo Spider Man – Miles Morales

O enredo sofre alterações significativas para a versão do game, no primeiro jogo já vimos a aparição de Miles, uma breve contribuição onde sua presença é dada no momento da morte de seu pai, durante um atentado à prefeitura. Já conseguimos ver uma mudança da história que os quadrinhos nos apresentaram.

Agora na DLC autônoma com a perspectiva do jovem Miles, conta com a presença de Peter vivo e esse é um ponto de destaque, pois ambos os heróis mantêm uma relação, sendo Peter Parker o seu tutor. Após a morte de seu pai no primeiro jogo, a relação com a Tia May e Parker se intensifica, e o jogo te explica que ele foi mordido por uma aranha, e sem saber para onde correr acaba conversando com o Peter sobre o ocorrido e descobrindo que ele é o Homem-Aranha, e assim Miles é um aprendiz e tanto.

O velho dilema de conciliar a vida pessoal com a vida de herói é um drama que sentimos durante o jogo, porém ao passar da gameplay e dada certas circunstâncias do jogo, conseguimos notar o crescimento de Miles como herói. Peter é o grande responsável por isso, pois ele consegue destinar tarefas para o garoto que irão ajudá-lo no ganho de experiência para desempenhar seu papel como Homem-Aranha.

Em relação a história do jogo, eu acho curta e não é muito aprofundada, sendo apenas mais uma aventura com alguns clichês, claro que sabemos que se trata de uma DLC com cerca de 7 horas de gameplay seguindo o fio da história principal, mas sempre esperamos mais, não é mesmo?!

Review

No game base, não tenho nenhuma crítica, simplesmente desfruto do mecanismo de jogo que adotaram e de todas as cinemáticas que são exibidas. Porém, como fã senti falta, na DLC, em alguns momentos de missões primárias que tivessem um conteúdo mais imersivo, pois a história rasa e previsível acabou me frustrando. O jogo entrega o que uma DLC promete, mas não vale a pena pelo simples fato orçamentário, um valor de R$ 249,00 (mídia digital) para a extensão do game base me incomoda em diversos aspectos!

O jogo manteve mecanismos de RPG, missões secundárias legais e vilões clássicos, e também manteve a ideia dos trajes trazerem vantagem para o jogo, assim você se anima ao buscar desbloquear diferentes trajes para a gameplay e sair de um modelo genérico.

O combate ainda sim é legal, gostei, porém não são muitos vilões a serem enfrentados, são poucas as lutas “principais” e fica aquela vontade de poder lutar mais.

A motivação é bem simples, mas gostei muito da dublagem e dos gráficos, trilha sonora com qualidade e poder usar as novidades dos poderes de Miles.

Como disse em alguns posts atrás, não joguei no console PS5, minha experiência é embasada ao PS4 e mesmo não usufruindo de todo o potencial do jogo, consegui uma boa experiência, alguns bugs como atraso de dublagens e troca de linguagens, mas nada que tire a boa experiência. Por fim criei muita expectativa por ter todo um histórico com o personagem, e talvez isso possa ter atrapalhado na hora de jogar, mas entregaram o que prometeram em um preço absurdo.

A destreza da Marvel em desenvolver um personagem em que traz pautas sociais pertinentes é de extrema importância em diversas vertentes da nossa sociedade hoje, o cuidado da Sony ao assumir os filmes e ao lançar o jogo de Miles Morales também é observado recebendo várias premiações e alcançando números de vendas inquestionáveis, e isso é de se aplaudir, pois sabemos que muitas vezes pode não ocorrer nas telinhas do cinema e nem nos desenvolvimentos de jogos para console. Um leque de opções se abre com essa DLC, abre uma oportunidade para lançamentos futuros, e assim a continuação desse jogo já é realidade, que por completo é muito bom!

É sempre um prazer poder trazer conteúdo para cá. Mas e você, já jogou Homem-Aranha? Já viu a animação ou leu algum quadrinho? Conta pra gente nos comentários!

Te espero no próximo texto!